Por Cláudia C. Guerra
O dia 25 de novembro foi declarado Dia Internacional da Não Violência contra Mulheres, no Primeiro Encontro de Mulheres da América Latina e Caribe realizado na cidade de Bogotá em 1981, como justa homenagem a “Lás Mariposas”, codinome utilizado em atividades clandestinas pelas irmãs Mirabel, heroínas da República Dominicana, brutalmente assassinadas em 25 de novembro de 1960.
Minerva, Pátria
e Maria Tereza ousaram se opor à ditadura de Rafael Leônidas Trujillo, uma das
mais violentas da América Latina. Por tal atitude, foram perseguidas e presas
juntamente com seus maridos. Como plano para assassiná-las, uma vez que
provocaram grande comoção popular enquanto estavam presas, o
ditador acabou por libertá-las, para em seguida simular um acidente
automobilístico matando-as quando iam visitar seus maridos no cárcere. Seus
corpos foram encontrados no fundo de um precipício estranguladas e com ossos
quebrados. A notícia do assassinato escandalizou e comoveu a Nação.
Suas ideias, porém, não morreram. Seis meses mais
tarde, em 30 de maio de 1961, Trujillo é assassinado e com ele cai a
ditadura. Inicia-se, então, o processo de libertação do povo dominicano e de
respeito aos direitos humanos, como quiseram Pátria, Minerva e Maria Tereza,
cuja memória converteu-se em símbolo de dignidade, transcendendo os limites
da República Dominicana para a América Latina e o mundo.
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As
organizações participantes da Campanha Internacional 16 Dias de Ativismo
contra a Violência de Gênero realizarão este ano ações e debates. A ênfase
está na promoção da paz no lar até a
paz no mundo e na efetividade da Lei Maria da Penha. Como nos anos
anteriores, a Campanha terá início em 25 de novembro, Dia Internacional de
Ação Não Mais Violência contra as Mulheres, e terminará no dia 10 de
dezembro, data em que se celebra o Dia Internacional dos Direitos Humanos.
Em Uberlândia, desde 1997, há o SOS Mulher e Família
de Uberlândia para os atendimentos a pessoas que vivenciam a violência
conjugal e intrafamiliar, seja física, sexual, patrimonial, psicológica ou
moral, com trabalho interprofissional (sócio-histórico, psicológico, jurídico)
e atividades educativas e preventivas junto à comunidade, sendo os serviços
gratuitos e predominantemente voluntários, fone (034)3215-7862. Além desse
serviço, conta também com a Casa Abrigo Travessia de Uberlândia (abrigo
temporário e sigiloso para mulheres e filhos(as) menores em situação de
risco, em virtude da violência conjugal e intrafamiliar), um serviço
coordenado pelo Setor de Atenção Especial/SMDST/PMU, fone:(034)3239-2620 e
3239-2538), tendo o SOS Mulher como centro de referência em parceria com a
Delegacia de Mulheres para os atendimentos iniciais e encaminhamentos. Há
também o serviço pioneiro realizado pela PAM – Patrulha de Atendimento
Multidisciplinar, com abordagens domiciliares a casos de violência intrafamiliar,
uma parceria entre a ONG SOS Mulher e Família, Polícia Militar de MG, UFU e
PMU. Juntos SOS Mulher e Família e programa PAM têm atendido uma média
de 2.000 novas famílias ao ano, no primeiro atendimento. O Centro Integrado
da Mulher contempla a Defensoria da Mulher e a Delegacia de Mulheres que acolhe
representações, abre inquérito e dá encaminhamentos para aplicação da
Lei Maria da Penha, fone:(0xx34)3231-5310 e 3210-3646.
Nessa data faz-se necessário um balanço da Lei Maria
da Penha, seus avanços e dificuldades de operacionalização. Com essas e
outras políticas públicas passou-se a "meter a colher em briga de
marido e mulher", buscando ajuda, para que a violência existente não se
intensifique.
Afinal, sem as mulheres os direitos não são humanos.
A vida recomeça quando a violência termina e onde há violência todos perdem.
A construção da paz começa em casa.
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